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Enfermagem e carga mental: 8 dicas para lidar com os desafios emocionais e aliviar a tensão do dia a dia
 

A enfermagem é uma profissão que demanda, além de conhecimento, empatia e dedicação para cuidar da saúde e do bem-estar do próximo. E junto com a tarefa de ajudar outras pessoas, vêm desafios significativos. A carga psicológica é uma realidade entre o profissionais da enfermagem, que lidam diariamente com situações de alta pressão, decisões difíceis, longas jornadas de trabalho além das questões do dia a dia¹. 

O que causa a sobrecarga emocional em profissionais da enfermagem

O trabalho dos enfermeiros(as) é repleto de desafios e responsabilidades que contribuem para o aumento da carga emocional. Alguns desses fatores são característicos da profissão, enquanto outros estão mais relacionados com a organização do trabalho¹.

Sobrecarga emocional

Entre os fatores intrínsecos à ocupação está, por exemplo, o contato constante com pacientes que estão enfrentando problemas de saúde ou passando por momentos difíceis, o que pode gerar uma sobrecarga emocional significativa nos profissionais de enfermagem¹.

Situações de alta pressão

Enfermeiros frequentemente lidam com situações de alta pressão, como emergências médicas, tomada de decisões rápidas e complexas, além de serem responsáveis por garantir o bem-estar dos pacientes sob seus cuidados. A necessidade de manter um alto nível de desempenho e precisão pode ser emocionalmente desgastante¹.

Sobrecarga de trabalho

Essas características da enfermagem se somam também às condições de trabalho. São frequentes turnos longos, o que pode resultar em cansaço físico e mental, prejudicando o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal². 
 

8 dicas de saúde mental e bem-estar para os profissionais de enfermagem

Muitos profissionais de enfermagem conciliam mais de um emprego, além de cuidar da família, e pode ser difícil abrir espaços para o cuidado de si. Buscar boas condições de trabalho e apoio emocional institucional são passos necessários para ter esse tempo, mas é importante também reconhecer o autocuidado como parte essencial da resposta a uma jornada profissional que pode ser extenuante³.

1. Utilize técnicas de respiração

As técnicas de respiração podem ser uma ferramenta poderosa para acalmar a mente, reduzir o estresse e diminuir a carga mental. Pare para pensar, quantas vezes você não aconselhou seus pacientes a respirarem diante de uma situação desafiadora⁴?



Mesmo que executadas por apenas cinco minutos, no corredor do hospital ou durante uma pequena pausa no trabalho, essas práticas podem ajudar a reduzir a ansiedade, promover uma sensação de calma e melhorar a clareza mental. Você pode fazê-las também no transporte ou mesmo em casa, ao acordar ou antes de dormir⁴.
 
Aprenda como fazer um destes exercícios⁵:

• sente-se de maneira confortável e relaxada em uma cadeira;
• coloque uma mão sobre o tórax e outra sobre o abdômen;
• inicialmente, apenas inspire calmamente pelo nariz e exale pela boca, sentindo a expansão do tórax e do abdômen com as mãos;
• aumente progressivamente o tempo de inspiração e expiração;
• conte de 1 a 5 ao inspirar e de 5 a 1 ao expirar. Tudo bem se você não chegar ao 5 inicialmente, torne a respiração o mais longa possível de maneira confortável;
• pratique por cinco minutos sempre que sentir necessidade.

Hoje em dia, existem ainda muitos aplicativos de celular que ensinam técnicas de meditação e relaxamento e podem ser aliados na busca do bem-estar⁴.
 

2. Procure ajuda profissional

Existem situações em que o apoio de um psicólogo e/ou psiquiatra pode ser de grande valia para garantir a saúde mental e o bem-estar dos enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem⁶. 

A escuta e o cuidado oferecidos de forma profissional podem ajudar a lidar com a sobrecarga emocional e mental da enfermagem e, caso entenda ser necessário, o médico também poderá receitar medicações para restaurar o equilíbrio psíquico do paciente⁶. 

3. Pratique atividade física

A prática regular de atividade física não apenas beneficia a saúde física, mas também desencadeia a liberação de endorfinas que melhoram o humor, reduzem o estresse e ajudam a lidar com a carga mental⁷. 

Encontre uma atividade que você realmente goste, algumas ideias que podem ser muito relaxantes são caminhar, correr, nadar, dançar, praticar ioga e fazer alongamentos. O mais importante é que você tenha prazer com a atividade escolhida e, assim, inclua na sua rotina diária, sem abandoná-la depois de pouco tempo. Os exercícios são aliados poderosos para promover o bem-estar emocional⁷.

4. Cultive interesses pessoais

Dedique tempo para cultivar seus interesses pessoais e hobbies fora do ambiente de trabalho. Ter atividades prazerosas e significativas é uma forma de aliviar o estresse e manter uma vida equilibrada. Encontre momentos para se dedicar a leituras, arte, música, cozinhar ou qualquer outra atividade que lhe traga satisfação e relaxamento⁷.

5. Faça alongamentos e pausas

Ao longo do dia, faça pausas regulares para descansar a mente e o corpo. Utilize esses momentos para realizar alongamentos simples, aliviando a tensão muscular em regiões como pescoço, ombros e costas. As pausas ajudam a prevenir o esgotamento físico e mental, permitindo que você volte às atividades com mais energia e foco⁸.

6. Cuide da rotina de sono

Diversos estudos já mostraram que uma boa qualidade de sono é capaz de reduzir sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Apesar de nem sempre ser possível ter um descanso regrado quando a rotina inclui plantões noturnos, é importante, na medida do possível, manter um padrão de sono adequado⁹.

Estabeleça horários regulares para deitar-se e acordar, com um tempo dormindo de em média 8 horas por dia. Evite o uso excessivo de dispositivos eletrônicos antes de dormir e crie um ambiente propício para o descanso. Uma boa noite (ou dia!) de sono ajudará a aumentará a capacidade de enfrentar os desafios do dia seguinte¹⁰.

7. Pense no gerenciamento do estresse

Para encontrar maneiras de aliviar o estresse e enfrentar os desafios com maior equilíbrio emocional, reflita sobre os fatores que causam estresse em seu ambiente de trabalho e busque estratégias para gerenciá-lo de forma saudável¹¹.

Além de procurar soluções práticas, como repensar processos e conversar com colegas, é importante lidar com a tensão internamente, isso pode envolver práticas como¹¹:

• meditação;
• terapia;
• escrever em um diário;
• simplesmente reservar um tempo para relaxar e descontrair. 

8. Acione a sua rede de apoio

Não hesite em buscar apoio emocional de amigos, familiares, colegas de trabalho e gestores. Compartilhar suas experiências e emoções com pessoas de confiança pode ser uma forma eficaz de liberar o estresse e obter apoio durante momentos difíceis. Ter uma rede de apoio é essencial para enfrentar os desafios da enfermagem de forma mais saudável¹².

Com apoio, autocuidado e pedindo ajuda sempre que sentir necessidade, é possível ter saúde mental e bem-estar no universo da enfermagem. Lembre-se que, em primeiro lugar, é importante cuidar de si, só assim será possível estar bem, saudável e pronto para cuidar do outro³. 

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Referências
1. Instituto Qualisa de Gestão. Análise do ambiente de trabalho e burnout entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem em instituições brasileiras. IQS, 2022. Disponível em: http://ms.corens.portalcofen.gov.br/wp-content/uploads/2022/09/Estudo-IOQ.pdf. Acesso em: 15 de agosto de 2023.
2. Machado MH. Perfil da Enfermagem no Brasil: relatório final. Fiocruz/Cofen, 2017. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/relatoriofinal.pdf. Acesso em: 15 de agosto de 2023.
3. Santos AF, Martins W. Saúde Mental dos profissionais de enfermagem diante da sobrecarga de trabalho: uma revisão integrativa de literatura. E-Acadêmica, 2022 [citado 15 de agosto de 2023];3(2):e5132188. Disponível em: https://eacademica.org/eacademica/article/view/188. Acesso em: 10 de agosto de 2023.
4. Marques ELL, Delfino TE. Contribuições das técnicas de respiração, relaxamento e mindfulness no manejo do estresse ocupacional. Psicologia.pt, 2016. Disponível em: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0965.pdf. Acesso em: 15 de setembro 2023. 
5. National Health Service. Breathing exercises for stress. NHS; 2022. Disponível em: https://www.nhs.uk/mental-health/self-help/guides-tools-and-activities/breathing-exercises-for-stress/. Acesso em: 10 de agosto de 2023.
6. Botelho JLS et al. Como melhorar a qualidade da saúde da equipe de enfermagem mediante ao COVID-19. SaudColetiv [Internet]. 2021;11(64):5680-9. Disponível em: https://revistasaudecoletiva.com.br/index.php/saudecoletiva/article/view/1514. Acesso em: 15 de setembro de 2023.
7. Cardoso EM, Nina SFM, Brasil LJ, Arruda AT. Saúde mental e trabalho: estresse em trabalhadores da saúde na cidade de Manaus. Rev.CiênciaSaúdedaAmazônia [Internet]. 2019. Disponível em: http://177.66.14.82/handle/riuea/1325. Acesso em: 15 de setembro de 2023.
8. Leitão IMTA, Fernandes AL, Ramos IC. Saúde ocupacional: analisando os riscos relacionados à equipe de enfermagem numa unidade de terapia intensiva. Cienc Cuid Saude [Internet]. 2008;7(4). Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/6630/3907. Acesso em: 15 de setembro de 2023.
9. Scott AJ, et al. Improving sleep quality leads to better mental health: A meta-analysis of randomised controlled trials. Sleep Med Rev. 2021 Dec; 60: 101556. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8651630/ Acesso em: 10 de agosto de 2023.
10. HC UFPE. Manual do Sono. Neurologia HC UFPE [Internet]. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hc-ufpe/comunicacao/noticias/EbookManualdoSonoHCUFPE.pdf. Acesso em: 15 de setembro de 2023.
11. Calil TZN, Francisco CM. Estratégias nas instituições de saúde para reduzir estresse na enfermagem. Ver.Recien. [Internet]. 2020;10(29). Disponível: http://recien.com.br/index.php/Recien/article/view/240/244. Acesso em: 15 de setembro de 2023.
12. Trindade LL et al. Estresse e síndrome de burnout entre trabalhadores da equipe de Saúde da Família. Acta paul. enferm. [Internet]. 2010;23(5). Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/FScBnKGrq9DTZN4LXbbwDYg/. Acesso em: 15 de setembro de 2023.

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