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Artigo destaca a necessidade de stewardship antibiótico na América Latina

Pesquisadores sugerem focos de atenção para implementar programas de uso e manejo otimizado de antibióticos em países com estrutura hospitalar limitada.

Ao longo dos últimos anos, a implementação de um stewardship antimicrobiano tem sido fundamental para muitos países desenvolvidos diminuírem seus índices de infecções decorrentes de microorganismos resistentes a antibióticos. Em regiões menos desenvolvidas, porém, as aplicações de programas do tipo ainda progridem de maneira lenta e insatisfatória. 

De acordo com um artigo publicado em 2022 no jornal Antimicrobial Stewardship & Healthcare Epidemiology1, poucos hospitais da América Latina possuem recursos necessários para adotar um programa efetivo de uso e manejo de antibióticos. O levantamento, assinado por pesquisadores que atuam na Argentina, na Bolívia, na Guatemala e nos Estados Unidos, analisou dezenas de estudos e elencou os problemas locais que impedem uma boa aplicação do stewardship.

Entre os dados alarmantes, cabe ressaltar1

  • A resistência a carbapenêmicos entre organismos gram-negativos aumentou drasticamente na região: de 0,3% em 2002 para 21% em 2016. Alguns países relatam prevalência de até 50%.
  • Um levantamento global aponta que apenas 46% dos hospitais das Américas do Sul e Central possuem um programa de de uso e manejo de antibióticos.
  • Em 2015, um estudo em 27 hospitais das Américas do Sul e Central notou que, entre aqueles que afirmavam ter um stewardship antimicrobiano, 63% deles não tinham um farmacêutico dedicado ao programa e apenas 44% dos casos tinham o uso de antibiótico monitorado.
  • Uma análise em 77 unidades de tratamento intensivos de 9 países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Uruguai) mostrou que a maioria não implementou o treinamento educacional, o rastreamento do uso de antibiótico e a avaliação da adequação dos antibióticos no stewardship.


Dificuldades locais e comportamentais

O artigo afirma que entre 30 a 50% da população da América Latina depende do serviço público de saúde, mas o financiamento, derivado do repasse de verbas federais, costuma ser inadequado. Como resultado, a maioria dos hospitais públicos opera com orçamentos limitados e carece de recursos para adquirir ferramentas importantes como laboratórios de microbiologia e registros eletrônicos de saúde1.

Segundo o artigo, outro fator que pode levar a problemas é uma visão menos colaborativa dos tratamentos. Em muitos países da América Latina, a hierarquia é mais rígida e com pouca comunicação entre as áreas. Quando o programa de uso e manejo fica centralizado em um indivíduo, os resultados mostram uma prevalência maior de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e organismos produtores de β-lactamase de espectro estendido, um maior uso de antibióticos e práticas de prevenção e controle inferiores a sociedades sem essas características1
    
Muito além do médico

Um fator colaborativo que poderia melhorar os programas de uso e manejo de antibióticos é treinar e expandir a atuação dos enfermeiros. Segundo o artigo, a enfermagem pode ajudar a otimizar o uso de testes microbiológicos das seguintes formas1:

  • Evitando culturas desnecessárias de urina ou escarro (que geralmente resultam em tratamento antibiótico desnecessário).
  • Coletando amostras adequadamente para obter resultados precisos, incluindo técnicas assépticas e coleta de amostras antes da administração de antibióticos.


Outro ponto-chave seria uma maior integração do laboratório de microbiologia ao stewardship. Deve-se levar em consideração fatores como o treinamento dos profissionais para adotar tecnologias de diagnóstico mais novas e mecanismos que ofereçam resultados oportunos aos prescritores dos antibióticos.1

Por fim, é necessário aprimorar a capacidade microbiológica para detecção de resistência e também para melhorar o acesso aos resultados no ponto de atendimento de ações antimicrobianas. Essa barreira é mais desafiadora de superar porque a digitalização de registros médicos eletrônicos é custosa tanto para implementar quanto para manter1.

Um stewardship eficaz precisa ser adaptado às condições locais

A adaptação das diretrizes à epidemiologia local é particularmente importante na América Latina, onde a resistência microbiana difere não só entre os países, mas também entre suas regiões internas.

É necessária uma compreensão melhor dos principais desafios locais para promover uma administração antimicrobiana eficaz na região, avaliando a cultura de segurança e os fatores humanos que influenciam a prescrição de antibióticos1.

E o grande desafio é que, embora haja um aumento de estudos sobre o tema na região, cerca de 60% dos relatórios vêm de apenas três países: Argentina, Brasil e Colômbia1

Referências:
1.    Fabre V, Cosgrove SE, Secaira C, Tapia Torrez JC, Lessa FC, Patel TS, Quiros R. Antimicrobial stewardship in Latin America: Past, present, and future. Antimicrob Steward Healthc Epidemiol. 2022 Apr 22;2(1):e68. doi: 10.1017/ash.2022.47. PMID: 36483374; PMCID: PMC9726506. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9392036/ 

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