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No mundo todo, as infecções relacionadas à assistência à saúde são causadoras de altas taxas de morbidade e mortalidade.1,2 Em 2011 foram cerca de 37 mil mortes ao ano na Europa e 75 mil nos Estados Unidos decorrentes do problema, grande parte delas causadas por germes multirresistentes.2 Diante dessa realidade, a rápida execução de medidas de controle de infecção e uso racional de antimicrobianos são primordiais, cenário onde os programas de stewardship de antimicrobianos (PSA) têm papel central.1-3
Os programas de stewardship de antimicrobianos (PSAs) referem-se a um conjunto de estratégias e medidas realizadas para otimização de tratamentos que utilizam antimicrobianos, com finalidade de melhorar desfechos clínicos dos pacientes, reduzir eventos adversos, além de minimizar a emergência e disseminação de microrganismos multirresistentes e otimizar custos.3,4 O PSA trata-se, portanto, de um conceito relacionado à gestão clínica dos antimicrobianos e deve, idealmente, ser elaborado e implementado em todo serviço de saúde.4 Diretrizes nacionais e internacionais de orientações para implementação de PSAs estão disponíveis, como a da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Infectious Diseases Society of America (IDSA).4,5
Diversos elementos são necessários para a estruturação de um PSA um resumo dessas etapas pode ser lido no artigo “Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde”, já publicado aqui e, dentre eles, está a integração com setores de apoio.1,6 E um desses setores é o laboratório de microbiologia.1,6
Na rotina habitual dos laboratórios de microbiologia está o processo de identificação dos patógenos e a realização dos antibiogramas a serem utilizados pelas equipes de controle de infecção hospitalar e demais setores de assistência clínica.1 Nesse quesito, um dos pontos-chave para a análise adequada de exames microbiológicos está na fase pré-analítica, antes das amostras coletadas chegarem ao laboratório.7 É comum a ocorrência de erros nessa fase, como coleta, armazenamento ou manipulação inadequada de determinados espécimes, prejudicando a sensibilidade e acurácia dos testes microbiológicos e, consequentemente, a análise do microbiologista.7,8 Nesse contexto, a disponibilidade de microbiologistas para orientação e treinamento de boas práticas na obtenção de amostras laboratoriais pode ser diferencial.7,8
Quanto às funções de cultivo microbiológico, análise, interpretação e divulgação de resultados, tempo e precisão são variáveis importantes.9 Em todas essas etapas, delongamentos, imprecisões ou erros, sejam eles metodológicos, humanos ou de aparato tecnológico do laboratório, podem comprometer a terapêutica ideal de pacientes.9 Esse processo demanda, portanto, não só a familiarização do microbiologista com todos os equipamentos, processos e fluxos do laboratório, como também a constante atualização do microbiologista junto aos protocolos que norteiam a
interpretação dos resultados obtidos, como os testes de suscetibilidade aos antimicrobianos, cujos resultados são liberados em um laudo denominado antibiograma e que devem ser periodicamente revisados e atualizados.10,11
Também é de relevância destacar a importância desses profissionais em, junto às equipes de gerenciamento de antimicrobianos e farmácia clínica, avaliar constantemente a aprovação para uso clínico de novos antimicrobianos, para que sejam implementados na rotina de testagem do laboratório, quando indicado.1,10,11 O mesmo vale para atualizações acerca de novos métodos laboratoriais diagnósticos, como métodos moleculares, além de equipamentos, para fins de otimização diagnóstica e melhoria e modernização da estrutura laboratorial.1,2
Ações de vigilância também podem ter participação do laboratório de microbiologia, através da coleta, análise e interpretação de dados de saúde.1,12 Alertas de identificação de determinados patógenos ou perfis de resistência incomuns às comissões de controle de infecção são úteis para que medidas de controle possam ser executadas de forma mais rápida e eficaz, além de facilitar a identificação de possíveis surtos.12 Já no caso de situações específicas que demandem rastreio ativo, o laboratório de microbiologia, por meio de fluxos e protocolos guiados a alvos específicos, também pode fazer grande diferença.12
Embora ainda não seja comum em muitos lugares, microbiologistas podem fazer parte da própria gerência do PSA de um serviço, tendo em vista a potencial expertise desses profissionais na gestão diagnóstica, no desenvolvimento e interpretação de testes laboratoriais, na implementação, execução e interpretação de índices de qualidade laboratorial e taxas de infecção do serviço, além da promoção de educação sobre as práticas dos testes laboratoriais às equipes clínicas assistenciais.1,2,13 Equipes gerenciais multidisciplinares, através da maior abrangência de conhecimentos e experiências, podem ter vantagens na construção e implementação de práticas e protocolos de PSAs.13
A integração do laboratório de microbiologia aos PSAs é essencial para a otimização de tratamentos com antimicrobianos e o controle de infecções hospitalares.1,2,7,11 Como visto, microbiologistas têm um papel fundamental na estruturação desses programas, contribuindo diretamente para diversas etapas de seu funcionamento. Além disso, a participação desses profissionais em ações de vigilância e na gestão do PSA, pode contribuir significativamente para a melhoria dos índices de infecção hospitalar.13 Portanto, é imprescindível a colaboração e sinergia de todos os profissionais e especialidades, diretamente ou indiretamente, envolvidos no programa de stewardship de antimicrobianos para que se alcancem os melhores resultados.1,14
Referência:
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2.Simões AS, et al. Prevention and control of antimicrobial resistant healtcare-associated infections: the microbiology laboratory rocks!. Front Microbiol. 2016;7:855.
3.Gerding DN. The search for good antimicrobial stewardship. Jt Comm J Qual Improv. 2001;27:403-404.
4.Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde. Brasília, 2017.
5.Barlam TF, et al. Implementing an antibiotic stewardship program: guidelines by the IDSA and the SHEA. Clin Infect Dis. 2016;62:51-77.
6.Brandt FP, Barbosa AN. Diretriz nacional para elaboração de programa de gerenciamento do uso de antimicrobianos em serviços de saúde. Medictalks. 2023. Disponível em: https://app.medictalks.com/diretriz-nacional-para-elaboracao-de-programa-de-gerenciamento-do-uso-de-antimicrobianos-em-servicos-de-saude-anvisa/ Acessado em: 02/08/2023.
7.Alame D, et al. Antimicrobial stewardship – what the clinical laboratory needs to know. Clin Lab Med. 2020;40(4):509-520.
8.Miller JM, et al. A guide to utilization of the microbiology laboratory for diagnosis of infectious diseases: 2018 update by the IDSA and ASM. Clin Infect Dis. 2018;67(6):1-94.
9.WHO. Laboratory quality management system handbook. Lyon, 2011.
10.Pfaller MA, Herwaldt LA. The clinical microbiology laboratory and infection control: emerging pathogens, antimicrobial resistance and new technology. Clin Infect Dis. 1997;25:858-870.
11.Palavecino EL, et al. Collaborative antimicrobial stewardship – working with microbiology. Infect Dis Clin N Am. 2020;34:54-65.
12.Cantón R. Role of the microbiology laboratory in infectious disease surveillance, alert and response. Clin Microbiol Infect. 2005;11:3-8.
13.Dellit TH, et al. IDSA and SHEA guidelines for developing an institutional program to enhance antimicrobial stewardship. Clin Infect Dis. 2007;44:159-177.
14.Bouza E, et al. Role of the clinical microbiology laboratory in antimicrobial stewardship. Med Clin N Am. 2018;102(5):883-898.
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